A preocupação dos
brasileiros com o aquecimento global e problemas ambientais de uma forma
geral aumentou nos últimos anos, segundo uma pesquisa nacional
realizada pelo Ibope a pedido da Confederação Nacional da Indústria
(CNI).
O percentual de pessoas que se dizem preocupadas com o meio ambiente aumentou de 80%, em 2010, para 94%, em 2011.
Além disso, 44% dos entrevistados afirmaram que a proteção ao meio
ambiente tem prioridade sobre o crescimento econômico, comparado a 30%
anteriormente.
Só 8% disseram que o crescimento econômico é prioritário, e 40% acreditam que é possível conciliar ambos.
Com relação às mudanças climáticas, 79% acham que o aquecimento
global é causado pelo ser humano, e o percentual que considera esse
aquecimento um problema "muito grave" aumentou de 47%, em 2009, para
65%, em 2011.
Entre os entrevistados, 66% classificaram o aquecimento global como
"um problema imediato, que deve ser combatido urgentemente".
É a terceira vez que a CNI encomenda uma pesquisa de opinião sobre
meio ambiente ao Ibope, dentro da série Retratos da Sociedade Brasileira
- que também já abordou temas como saúde e educação. Algumas perguntas
são inéditas, enquanto outras são repetidas dos anos anteriores,
permitindo comparações.
"A ideia é conhecer a opinião da sociedade sobre temas importantes.
Com a chegada da Rio+20 (a Conferência das Nações Unidas sobre
Desenvolvimento Sustentável, que ocorre em junho), resolvemos repetir a
pesquisa sobre meio ambiente", diz o gerente executivo de Pesquisa da
CNI, Renato da Fonseca.
Foram entrevistadas 2.002 pessoas com mais de 16 anos em todas as
regiões do País, entre 2 e 5 de dezembro de 2011. As perguntas foram
agrupadas em três grandes temas: meio ambiente; mudanças climáticas;
coleta seletiva e reciclagem de lixo.
O desmatamento é o problema ambiental que mais preocupa os
brasileiros, citado por 53% dos entrevistados. Em seguida aparecem a
poluição das águas, citada por 44% das pessoas, e o aquecimento global,
com 30%.
Comportamento
Mais da metade dos entrevistados (52%) disse estar disposta a pagar
mais por um produto ambientalmente correto, comparado a 24% que
afirmaram não estar dispostos.
Para 16%, a decisão "depende do quanto mais caro" custa o produto.
Apenas 18%, porém, disseram ter modificado efetivamente seus
hábitos de consumo em prol da sustentabilidade - por exemplo, preferindo
produtos ecologicamente corretos ou deixando de comprar aqueles nocivos
ao meio ambiente.
"Não basta saber a opinião das pessoas; queremos saber como elas se
comportam com relação a essa opinião", afirma Fonseca. A maioria das
pessoas disse que evita o desperdício de água (71%) e energia (58%), mas
é difícil saber quanto disso é resultado de uma preocupação ambiental
versus uma preocupação econômica com as despesas da casa.
Entre os dados que mais chamaram a atenção da CNI está o percentual
de pessoas que apontam a indústria como principal responsável pelo
aquecimento global.
A taxa passou de 25%, em 2010, para 38%, em 2011 - apesar de a
principal fonte de emissão de gases do efeito estufa no País ser o
desmatamento, não a indústria.
Reciclagem
Mais da metade dos brasileiros (59%), segundo a pesquisa, separa
algum tipo de lixo para reciclagem, e 67% consideram a reciclagem "muito
importante" para o meio ambiente.
Porém, 48% dizem não ter acesso direto à coleta seletiva de lixo -
índice que chega a 68% nas Regiões Norte e Centro-Oeste. Dados que
mostram um descompasso entre a preocupação da população com o tema e a
capacidade de fazer alguma coisa para resolvê-lo.
Fonte: Herton Escobar - OESP
E NÓS MIRACEMENSES NOS "PRÉ - OCUPAMOS" COM O MEIO AMBIENTE?
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